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Mostrando postagens de abril, 2008

Por quê? (79) Capital ou Interior?

Cláudio Amaral O que você prefere, caro e-leitor: morar na cidade grande ou numa pequena comunidade? Na Capital ou no Interior? A razão da minha pergunta é simples (pra mim, pelo menos): conheço gente que jamais moraria em São Paulo. Assim como tem conhecidos meus que nunca trocariam a Capital por uma cidade do Interior, nem pequena (como a minha querida Adamantina, a 600 quilômetros de onde vivo hoje), nem grande, como Campinas (85) e Ribeirão Preto (350 quilômetros do maior centro urbano do Brasil). Eu vivo tranqüilamente (ou tanto quanto possível) em São Paulo desde 1971, ou seja, há mais de 37 anos. Vivo aqui e daqui dificilmente sairei. Vim para cá pela segunda vez em maio de 1971, quando São Paulo era bem menor do que hoje, mais tranqüila e mais segura. O tráfego de veículos, então, nem se compara ao que vemos nestes conturbados dias finais de abril de 2008. Fui me acostumando aos poucos e nem percebi o agigantamento da cidade. Com a intimidade que ganhei em relação aos bairros e

Por quê? (78) Questão de respeito

Cláudio Amaral Tudo na vida é relativo, assim como toda moeda tem dois lados. Por quê? Filosoficamente falando, embora neste exato momento eu esteja escrevendo, o que serve para uma pessoa não é válido para outra, necessariamente. É por isso que nos momentos de dúvida eu me coloco, ou melhor, procuro me colocar no lugar do outro. Em geral, essa postura tem me ajudado a ver melhor o meu semelhante, a minha vida, o mundo em que vivemos e a mim mesmo. A propósito, lembro-me de uma frase imortal: “o que eu não quero para mim, não desejo para os meus semelhantes”. Portanto, se eu não gosto de levar fechadas no trânsito conturbado da cidade em que vivo, por que é que eu vou sair por aí fechando os outros carros que passam pelo meu ou com os quais eu cruzo nas ruas? Se, como pedestre, eu gosto de ver respeitado o meu direito de atravessar na faixa quando junto a ela não existe sinalização luminosa especifica, por que eu devo desrespeitar o direito dos meus semelhantes passarem pela frente do

Por quê? (77) Fora, caminhões!

Cláudio Amaral Os caminhões, veículos que estão sendo escorraçados pelos usuários das ruas e avenidas da Capital paulista, me perseguem desde criança. Por quê? Porque, desde quando era menino pequeno lá em Adamantina, eu queria ser motorista de caminhão. Lembro-me bem de um mês de dezembro em que escrevi uma carta para meus avós maternos, que residiam em São Paulo, para pedir “de presente de Natal um caminhão grandão de madeira da marca FMN” (não era FNM, sigla da Fábrica Nacional de Motores; era, de verdade, na minha cabecinha, “um FMN”). Como eu não ganhei o tal “presente de Natal”, os caminhões continuaram sendo meu sonho de consumo. Depois, quando adolescente, sonhei dirigir um dos “Mercedões” que a família Guizzardi, vizinha da minha casa, usava para transportar botijões de gás de São Paulo para Adamantina. Só sosseguei, mas pouco, quando pude dirigir um caminhão Ford carregado de amendoim produzido na fazenda da família Martins, também vizinha da minha casa de Adamantina. Os anos

Por quê? (76) Carta ao Amigo Carlucho

Cláudio Amaral Bom dia, Carluchão. Espero que você possa ler essa minha missiva, esteja onde estiver. Por quê? Escrevo porque me deu vontade de falar com você, caro Amigo. Senti vontade, por exemplo, de te contar que não foi em vão seu esforço (ou seria sacrifício?) para mudar de vida, desta em que estou, para uma melhor, como a que você está. Sim, acredite. Por um lado, admito, sua passagem, como dizem os espíritas, foi traumática para muita gente. Sim, porque custamos a acreditar que você se foi do nosso convívio. A Itália, sua querida esposa, por exemplo, nos disse e repetiu que ainda não acredita. Em minha casa, todos nós ficamos de bocas abertas na medida em que recebemos a notícia. Mas, passado o susto e o choque, ficamos a pensar nos bons momentos que vivemos nestes mais de 14 anos de convivência. Quantas vezes nós gritamos “ bin... go... ” dentro da Agência Folha, do Banco de Dados Folha de S. Paulo, do Uol, da COMUNIC e por telefone, Carluchão? Incontáveis, não é mesmo? E “ go

Por quê? (75) Adeus, Eduardo Martins

Cláudio Amaral Depois de Irigino Camargo, meu primeiro e inesquecível Mestre, Eduardo Martins foi o jornalista que mais acreditou em mim como profissional. Tive o privilégio de trabalhar com ele durante todos os anos em que passei pelo Estadão, de julho de 1969 a março de 1975. Nossa ligação era tão forte e nossa amizade tão sólida que jamais deixamos de nos falar e nos comunicar. Lembro-me, por exemplo, que quando estava diretor de Redação de O Estado de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, em 2004 e 2005, liguei para ele, ainda no Estadão, e falamos longamente. A partir daquela conversa, quando ele me revelou ter morado ao lado da principal agência dos Correios, em Campo Grande, ainda moço, antes de vir para São Paulo, trocamos seguidas mensagens pelo correio eletrônico. Através delas combinamos que ele iria à capital sul-mato-grossense, a convite de O Estado de MS, para ter uma conversa com os jornalistas que trabalhavam comigo. Essa conversa acabou não acontecendo porque eu voltei

Por quê? (74) Boas recordações

Cláudio Amaral Bendita hora em que resolvemos, Sueli e eu, deixar o sono de lado e encarar a celebração da Missa das 8 horas da manhã, neste domingo, 13/4/2008. Fomos à simpática e aconchegante capelinha do convento das Irmãs da Visitação, na Rua Dona Ignácia Uchoa, na Vila Mariana, aqui em São Paulo. A capela estava cheia e o italianíssimo Padre Cláudio mais inspirado do que nunca. Celebramos o 4º Domingo da Páscoa, o Domingo do Bom Pastor e o dia da jornada mundial da oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. A propósito, Padre Cláudio, missionário da Ordem de São Francisco Xavier, lembrou um compatriota dele: Dom Bosco, educador e como tal criador do Colégio Dom Bosco. Ao citá-lo, Padre Cláudio mexeu com meu passado. Por quê? Porque durante os oito meses em que trabalhei em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, em 2004 e 2005, freqüentei com assiduidade as celebrações da Missa na igreja do Colégio Salesiano Dom Bosco, na Avenida Mato Grosso. A cada sermão eu me encantav

Por quê? (73) Decepção

Cláudio Amaral Há meses, minha mulher vinha me pedindo para não mais entrar no Extra da Avenida Ricardo Jafet, na Vila Santa Eulália, aqui em São Paulo. Mas, vira e mexe, lá estava eu. Ora comprando algum produto no hipermercado, ora abastecendo o tanque de combustível de um dos carros que uso. “Você foi ao Extra da Ricardo Jafet, de novo?”, me perguntava ela toda vez que chegava em casa com alguma mercadoria ou com o cupom fiscal do posto de combustível. Na noite deste sábado, eu dei um basta. Chega! Não quero mais ter o desprazer de voltar ao Extra da Ricardo Jafet. Por quê? Porque não quero mais correr o risco de ser atendido com descomprometimento, nem de sofrer alguma agressão desnecessária. Explicando melhor: toda vez que vou ao posto de combustíveis do Extra da Ricardo Jafet, sou obrigado a assistir a desentendimentos entre frentistas. E nesta noite não foi diferente. Ou melhor: foi diferente. Por quê? Porque, além de ter que assistir e ouvir mais discussões entre os frentistas,

Por quê? (72) Adeus, Carlucho

Cláudio Amaral Ele foi um dos profissionais mais corretos com quem trabalhei. Primeiro, na Agência Folha e no Banco de Dados Folha de S. Paulo, em 1994 e 1995. Depois, no UOL, em 1995 e 1996. Tentei levá-lo a trabalhar comigo na Agência Jornal do Brasil (AJB) e no JB On-line, quando para lá fui em julho de 1996, mas ele preferiu se manter fiel ao Grupo Folha de S. Paulo. Quando ele deixou a Folha, voltamos a trabalhar juntos, numa parceria dele, pessoa física, com a minha pessoa jurídica, a COMUNIC. Foram, portanto, 14 anos, dois meses e oito dias de parceria, ou seja, de 2 de fevereiro de 1994 a 10 de abril de 2008. E essa parceria só se desfez, fisicamente, porque nesta quinta-feira, 10/4/2008, o jornalista e economista Carlos Maciel da Silva, o Carlucho , passou desta vida para uma bem melhor. Carluchão , como o chamávamos, estava em Santos, caminhando numa das praias daquela cidade, quando sofreu um infarto fulminante, foi socorrido, mas o coração dele não resistiu e parou de bater

Por quê? (71) Noite mal dormida

Cláudio Amaral Foi, no mínimo, uma noite diferente. Uma noite mal dormida, com certeza. Estranho, porque há semanas eu vinha dormindo bem. Cada vez melhor. Acordei, na manhã desta terça-feira, espreguicei, virei de um lado para o outro, ameacei levantar, mas foi difícil. Enfim, sentando na cama, com os pés no tapete, comecei a pensar no(s) motivo(s) de ter dormido aos pedaços. E por que eu teria sonhado tanto entre a noite de segunda-feira e a manhã de terça-feira, 8 de abril de 2008? Sem chegar a uma conclusão, fui para o banheiro. Meditei, meditei, meditei... e nada. Desci e o café da manhã também não desceu legal. Logo pra mim que tenho no café da manhã uma das minhas melhores refeições. Pão, café, leite, suco de berinjela com gengibre... Tudo isso? Pois é... nem tudo isso me fez recuperar a noite mal dormida. De folga, bendita folga, fui à feira livre da Aclimação com Sueli e Be(bê)atriz, prestes a completar dez meses de vida. No fim da feira, depois de comer um pastel recheado com

Por quê? (70) Geografia da América

Cláudio Amaral Os tempos eram outros quando os exploradores e os colonizadores chegaram às terras do nosso continente. A mentalidade, os conceitos e os padrões também eram bem diferentes. Os nossos tempos são outros, assim como a nossa mentalidade, os nossos conceitos e padrões. Nós, que vivemos os dias atuais, temos certeza de que a Humanidade evoluiu e acreditamos que os nossos tempos são bem melhores do que aqueles em que os europeus começaram a chegar aqui pela América do Sul. Hoje, apesar das barbaridades que vemos diariamente nas tevês e nas páginas impressas e eletrônicas, relatando mortes e desrespeitos aos direitos humanos aqui e no exterior, temos certeza de que a maioria dos habitantes do nosso planeta é civilizada. Ou, pelo menos, cada vez mais civilizada. Bush, Bin Laden, Saddam, Fidel, Chaves e outros ditadores, extremistas e antidemocratas à parte, sabemos que as minorias são cada vez mais aceitas e respeitadas. Seja pela negociação ou pela força (física ou da opinião pú

Por quê? (69) 3 de abril

Cláudio Amaral A exatos três anos, ou seja, no dia 3 de abril de 2005, eu deixava São Paulo para passar um mês em Franca, a 415 quilômetros de casa. Fui a convite do Amigo Corrêa Neves Júnior, jornalista e masteriano como eu (ele fez o Master em Jornalismo para Editores em 2001 e eu em 2003, no Centro de Extensão Universitária da Universidade de Navarra, Espanha, em São Paulo). Poderia ter ido de avião até Ribeirão Preto e de carro a Franca, mas preferi fazer a viagem toda de automóvel. Fui no meu Pólo Classic, vermelho como uma Ferrari. Rodei a Rodovia dos Bandeirantes do começo ao fim, depois entrei na Via Anhanguera até Ribeirão Preto e por fim usei a Rodovia Candido Portinari. Cheguei a Franca com chuva e, pior, à noite. Demorei um pouco para encontrar o Hotel Imperador, em frente à Prefeitura, mas cheguei lá. No dia seguinte, 4 de abril, dia do aniversário de fundação de Marília, onde me casei com Sueli e nasceram nossos dois primeiros filhos, Cláudia Márcia e Cássio Fernando, aco